Abstract
Em um grande país multicultural como o Brasil, historicamente unido pela língua portuguesa, existe também o talian, ultima língua neolatina: uma koiné línguistica de vêneto, trentino, lombardo, friulano…, formado ao tempo de varias ondas migratórias a partir dos anos 1874-75. Esta língua se desenvolveu e parcialmente sobrevive em comunidades do interior do país e menos em grandes areas urbanas. Em 2014 o governo brasileiro declarou o talian “língua que pertence ao património imaterial e cultural do Brasil”. O ensaio da Marli Boso descreve a história e a evolução socio-linguística do talian resumida em três etapas: do medo (o periodo do governo nacionalista de Getúlio Vargas), da vergonha (os trinta anos seguintes caracterizados pelo desprezo e pelo estigma social e escolar) e do orgulho da redescoberta (os últimos quarenta anos).
Talian, the last neo-latin language that mixes the tongues of Veneto, Trentino, Lombard and Friulian, is also spoken in Brazil, which historically ‒ despite its size and multiculturalism ‒ has been unified by the national language of Portuguese. Talian was brought to Brazil along with the various waves of Italian emigration that began in 1874-75. Here it developed and continues to survive in part within provincial communities, and to a lesser extent in the large urban centres in the south and southeast of the country. In 2014, the Brazilian government proclaimed Talian as a “language belonging to the intangible and cultural heritage of Brazil”. Marli Boso’s essay, from a historical and socio-linguistic standpoint, outlines the evolution of Talian in three distinct phases: fear (the era that coincided with Getulio Vargas’ nationalist government), shame (the thirty years that followed, which were characterised by contempt, as well as social and scholastic stigmatisation) and the pride of rediscovery (the last forty years).
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